Fonte: Rica Comunicação
O desafio de produzir mais carne atendendo aos requisitos dos mercados internacionais obriga os criadores brasileiros a verticalizarem a produção e praticarem uma pecuária mais eficiente. “Não é só multiplicar o rebanho, mas garantir eficiência reprodutiva para mantermos alto o nível da carne produzida no País”. Quem defende a tese é um dos maiores leiloeiros do Brasil, Adriano Barbosa, que há 25 anos comercializa animais de corte e reprodutores.
Barbosa bate o martelo ao afirmar que hoje é preciso trabalhar com mais precisão, assim como é feito na agricultura. “Hoje um saco de milho custa por volta de R$ 40, e um de sementes por volta de R$ 500. Na hora de multiplicar os resultados é preciso utilizar uma semente certificada e que garanta a produtividade. O touro é essa semente da pecuária”, pontua o leiloeiro, ao destacar ainda a necessidade de o pecuarista se tornar um “agricultor de pasto”.
O leiloeiro explica: “São várias ferramentas que precisam ser buscadas para melhorar o desempenho na vertical, para produzir cada vez mais no mesmo espaço de terra, e isso também vem de encontro com a sustentabilidade tão exigida nesse atual momento da pecuária brasileira”. Para Barbosa, a reforma de pastagens é o grande desafio. “Assim é possível obter sustentabilidade, desempenho zootécnico e produzir uma carne de melhor qualidade com mais aceitação do mercado mundial”, declara.
Além da busca por alternativas na produção, é preciso evoluir quando o assunto é genética. “O grande desafio é produzir em escala uma semente verdadeiramente melhoradora e já evoluímos muito nisso devido aos programas de melhoramento genético, que já completam mais de 20 anos no Brasil”, destaca Barbosa, ao ressaltar a necessidade em levar ao mercado reprodutores com índices superiores. “O desafio da pecuária é vender um touro com conceito de comparação entre vários criadores no ponto de vista genético e zootécnico”, completa, ao destacar a capacidade da Fazenda Ressaca, em Cáceres (MT), que levará a leilão 1000 touros, no dia 4 de setembro, com as qualidades exigidas pelo mercado.
O leiloeiro, Adriano Barbosa, comercializou em 2015 sob seu martelo cerca de 300 mil reses de corte para cria, recria e engorda e 10 mil reses de genética, sendo aproximadamente 8 mil reprodutores e 2 mil matrizes.
Seguindo a lógica, cada vez mais o comprador de touros vai se identificar com animais que tenham maior confiabilidade zootécnica e econômica e com um sistema de produção o mais próximo possível de um ambiente em que os reprodutores vão trabalhar. “Cada vez mais o cliente vai comprar pela filosofia de trabalho da marca. Isso eu não tenho dúvida”, justifica Barbosa, que em 2015 comercializou sob seu martelo cerca de 300 mil reses de corte para cria, recria e engorda e 10 mil reses de genética, sendo aproximadamente 8 mil reprodutores e 2 mil matrizes.
As perspectivas para a pecuária brasileira são boas, pois países tradicionais no fornecimento de carne para pecuária mundial, como os Estados Unidos, estão com dificuldade em atender a demanda. Na conjuntura, o Brasil se torna um jogador importante no cenário internacional, mesmo comercializando somente 25% do que é produzido anualmente no País. “A tendência é vendermos mais de 30% em pouco tempo. As perspectivas dentro desse cenário internacional para o Brasil são muito boas, pois mantemos bons preços”, enfatiza o leiloeiro, que vislumbra dias melhores para a pecuária brasileira. “Acredito que a valorização atual do bezerro dure ainda muito tempo por conta do cenário internacional”, finaliza.